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terça-feira, 13 de março de 2007

"Os Grandes Covilhocos" - João Ramalho

Foi um aventureiro beirão, o mais certo covilhanense, que naufragou nas plagas de Vera Cruz, segundo uns, antes de lá ter chegado Pedro Álvares Cabral, segundo outros pelo ano de 1508.
Depois da viagem de Pedro Álvares Cabral, novas armadas e naus, navegam junto à costa do novo continente, fazendo o reconhecimento de novas enseadas. Por vezes fundeavam, e procuravam internar-se naquelas terras exuberantes de vegetação e despertadoras de sonhos e aventuras. Sucedia, que por vezes, algumas naus abandonavam naquelas ignotas terras, degredados, que por ali ficavam entregues à sua sorte. Os náufragos procuravam sobreviver em terras inóspitas e florestas impenetráveis e desconhecidas, povoadas de serpentes de onças e inimigos invisíveis. Acontecia depararem-se com nativos que, se algumas vezes os acolhiam impávidos e serenos, outros os hostilizavam e dizimavam. Colombo viria a declarar que os selvagens, que ele descobrira eram mais felizes do que os homens civilizados...
Um tal Diogo Álvares, minhoto, foi para ao Norte do Brasil, no lugar onde mais tarde o governador Tomé de Sousa viria a fundar a cidade da Baía. Outro degredado da armada de Gonçalo Coelho, fixou-se ao Sul, na ilha depois chamada Cananeia, que povoou. E outro grupo de portugueses, pelo ano de 1508 naufragou no local que viria a ser capitania de S. Vicente, e que depois se tornou metrópole de garimpeiros, aventureiros perdidos na miragem do ouro e dos diamantes.

Como quer que fosse, João Ramalho foi um desses aventureiros que se internou no mato, ganhando a costa do Cubatão, onde se encontrou com os índios, tendo com eles artes de bem se relacionar. Aprendeu a falar a língua dos nativos, o tupi-guarani, e ganhou a confiança de um chefe índio, que lhe deu uma filha em casamento.
Mas João Ramalho havia de fazer larga prole de mestiços, e com eles fundou a aldeia de Santo André da Porta do Campo. Passaram anos, e um belo dia de 1535, fundeava na Baía, depois chamada de Todos os Santos, a armada de Martim Afonso de Sousa. Do cerrado da mata, começaram a surgir índios armados, dispostos a enfrentar os mareantes desembarcados nas areias da formosa baía. Já se iam preparando as bombardas nas naus, quando foi visto um homem branco, enorme, de longas barbas, que tentava apaziguar os índios, e levantava para os portugueses os braços em sinal de paz. Era João Ramalho.

Um pintor chamado Pedro Américo retratou para a História, esse momento memorável do encontro entre um capitão-mor, enviado por El Rei às terras de Vera Cruz, e João Ramalho e seus companheiros índios.
Martim Afonso de Sousa deu foral à vila de S. Vicente, e nomeou, em nome de El Rei D. João II, João Ramalho capitão-mor das terras altas de Piratininga. Sabe-se que João Ramalho colaborou com Martim Afonso de Sousa nos primeiros aldeamentos do Brasil.

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