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sábado, 3 de fevereiro de 2007

"Os Grandes Covilhocos" - João Gil

João Gil nasce na Covilhã, onde vive os primeiros anos de vida numa das encostas da serra da Estrela. A família faz-se à cidade e instala-se em Lisboa quando tem doze anos. No entanto, a herança genética da vida beirã nunca o abandona e é revisitada frequentemente em alguns temas que compõe e a que dá vida.
O seu percurso musical começa em 1975 como guitarrista no Soviete do Areeiro, grupo de intervenção fundado juntamente com Artur Costa. No ano seguinte funda - em parceria com Luís Represas, João Nuno Represas, Artur Costa e Manuel Faria - o Trovante, um dos mais importantes e marcantes grupos da música portuguesa.

Até 1991, o Trovante grava oito discos de originais e edita três concertos ao vivo - gravados na Aula Magna (1983), no Campo Pequeno (1988) e no Pavilhão Atlântico (1999). Este último, de carácter único e excepcional, resulta de um pedido expresso do Presidente da República Jorge Sampaio. Do Trovante fica a amizade das tardes na pastelaria Madrid, o reconhecimento dos fãs e viagens, muitas viagens.
Em 1992, funda o grupo Moby Dick com Artur Costa e Alex Cortez, dos Rádio Macau. O projecto grava apenas um álbum mas a experiência permite-lhe alargar os seus horizontes musicais e experimentar sonoridades diferentes do Trovante. Em 1994, funda com João Monge, Manuel Paulo e Moz Carrapa a Ala dos Namorados, grupo que fica completo com a entrada de Nuno Guerreiro, dono de uma voz marcante. Mais de seis discos e algumas voltas ao mundo depois, a Ala persiste como um projecto musical original e único no panorama da música portuguesa, cuja qualidade é reconhecida além-fronteiras.
Em 1996, mais uma vez em parceria com João Monge, compõe e concebe um projecto conceptual que se virá a chamar Rio Grande e para o qual convida Rui Veloso, Vitorino, Tim e Jorge Palma. O êxito alcançado traduz-se em grande sucesso de vendas e aclamação popular: o projecto termina em verdadeira apoteose um ano depois com dois espectáculos ao vivo no Coliseu de Lisboa e que dão origem a um disco ao vivo.

Em 2001, é aos 45 anos o convidado do Centro Cultural de Belém para um espectáculo de celebração de carreira. Nos anos anteriores, o CCB havia endereçado convites semelhantes a figuras maiores da música portuguesa: José Mário Branco (1997), Carlos do Carmo (1998), Fausto (1999) e Sérgio Godinho (2000). O espectáculo teve lotação esgotada e reuniu uma série impressionante de nomes da música portuguesa. Fazendo um ponto de situação de 25 anos de carreira, é editada uma retrospectiva: Perdidamente - As Melhores de João Gil. Ao longo da sua carreira, as suas canções foram gravadas por Mafalda Arnauth, Camané, Resistência, Luís Represas, Jorge Palma, Carlos Zel, Isabel Silvestre, Né Ladeiras entre outros.

2002 é o ano dos Cabeças no Ar, projecto de Carlos Tê musicado por João Gil e Rui Veloso, que voltou a contar com a participação de Jorge Palma e Tim, alcançando novamente grande sucesso. Entre todos estes discos e projectos musicais, houve espaço para compor para teatro (Sexo, Drogas e Rock'n'Roll), cinema (Ao Sul, de Fernando Matos Silva; El Coche de Pedales, de Ramón Barea; Rosa Negra, Anjo da Guarda e Adriana, da sua irmã Margarida Gil), e televisão (A Noiva, SOS Crianças, Teorema de Pitágoras, e Ganância), e assumir o lugar de produtor (Janita Salomé, Mafalda Arnauth, Isabel Silvestre e a colectânea Filhos da Madrugada) .
A sua carreira musical é marcada por uma recusa em se acomodar, por uma postura de arriscar sempre e não ter medo de começar de novo: saudades, mas do futuro. Para o provar, está aí a Filarmónica Gil, um projecto de vida. Na música como na vida, nunca deixa de fazer valer a sua voz em favor do que acredita.

JoãoGil.com

1 comentário:

Anónimo disse...

basta ler a letra da canção "vou para a cidade" dos trovante para se perceber o bem que quer a esta cidade.
que se deite cedo pois destes temos cá para troca